O dia 30/11 prometia: sair de Foz do Iguaçu rumo à Argentina, ver as cataratas do lado vizinho, o marco das 3 fronteiras e seguir rumo a Alba Posse, chegando antes das 17h, a tempo de pegar a balsa para Porto Mauá, de onde seguiríamos até São Miguel das Missões/RS, para ver as ruínas de reduções jesuíticas. (Gosto demais da história americana antes dos europeus, e ainda q seja do século 17, toda esta região já foi a grande nação guarani. Se o tema interessa, leia meu TCC Peabiru: Reflexos do Caminho)
Acontece que acordamos tarde demais, e logo desistimos das cataratas no lado argentino. Cruzamos a fronteira em Puerto Iguazu (leia esta dica importante sobre a aduana argentina aí) e só fizemos um piquenique no marco das 3 fronteiras – na confluência dos rios Iguaçu e Paraná, e de onde se pode ver Paraguai, Argentina e Brasil. (Os marcos em si são meio decepcionantes, mas a vista vale a pena.
Seguimos viagem rumo a Alba Posse. O googlemaps calculava a rota em 3 horas. Saímos as 13h, daria tempo de parar rápido para tirar umas fotos no caminho, passando pelas RN12, RP11, RN14 e RP8 – todas asfaltadas, em boas condições e com apenas $6 de pedágio em todo o trajeto. No entanto, ao chegar na RN14, damos uma conferida no aparelho, às 16h, informando que faltava 1h40. Tocale pau, tocale pau… E não deu. Chegamos 17h50, com um funcionário avisando que “tem, mas acabou. Só amanhã as 7h30)
Ah, esquecemos de citar o calor… Rendeu até um poema curto:
O corpo sua,
As árvores suam,
Até mesmo o asfalto sua.A terra aqui é cor de fogo
Como se, por não suar,
Queimasse.Ah, Misiones…
Acontece que todo esse calor só anunciava a tempestade que viria… Tormenta braba, dessas de assustar. Até que falta luz durante toda a boite e parte da manhã em Santa Rita, a 6 km da balsa, incluindo nossa hospedagem. Sem ar condicionado, sobra apenas o dilema na hora de dormir:
O que é pior:
a) O calor de fazer molhar o lençol com a janela fechada
b) Os mosquitos que querem devorar carne nova
Só deu pra descansar mesmo as 6h, quando os mosquitos, já gordos e bem alimentados, deram trégua. E, claro, acordamos tarde. Chegamos à balsa as 11h15, esquecendo eu que ela fechava das 11h às 13h30 – detalhe: na Argentina não há horário de verão. Perderíamos não apenas 2 horas esperando, mas 3 horas assim que pisássemos no Brasil.
Mas ao fim da espera tudo bem (ou quase, conforme este post nosso) cruzamos o rio Uruguai pela primeira vez, entramos no Brasil por Porto Mauá, e após uma parada para comprar comida em Santa Rosa, tocamos pra São Miguel das Missões/RS. Mas esta viagem merece um capítulo a parte.
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